21 de jan. de 2016

Experiência de Jó

"Quando eu iniciei não entendi nada que as mensageiras falavam, estava tão preocupada com a hora que cortariam meu cabelo que voei completamente por toda a ritualística. No final de tudo percebi que não tinha reparado em um terço das palavras das meninas de tanto nervosismo.
Para a minha primeira reunião, eu decorei toda a fala de segunda mensageira. Era uma cerimônia de maioridade. E eu era a terceira mensageira... claro que de primeira eu tinha que me meter em uma confusão com a Sarah. Ela era a segunda mensageira. Meia hora antes da reunião tive que decorar a fala de terceira mensagem todinha. Eu não estava nervosa, eu tremia até a base. E então veio à minha primeira lição no Bethel.
Aprendi que não importa os medos que a vida te põe, você precisa enfrentar, mesmo que ainda não seja uma pessoa forte, isso te ajuda a construir sua fortaleza no futuro.
Eu fui a um orfanato e conheci crianças cheias de interrogações na vida e vi o quão ridícula eu era quando reclamava dos meus pais, sendo que eles sempre me deram a vida e aquelas crianças nem mesmo conheciam esse tipo de amor.
E então, com meses de Bethel, Morg me joga a responsabilidade de ser Tesoureira. Pensei “isso não vai dar certo... “. Mas sabe, nada é por acaso, tudo é posto na sua vida de acordo com os planos de Deus, e eu era uma menina de dezoito anos, que morava sozinha e precisava aprender a ter responsabilidade financeira. Esse ensinou que ter honestidade não se trata apenas de ser verdadeira e justa com os outros e sim comigo mesma. Eu aprendi a ser honesta comigo mesma, que gastar meu dinheiro inadequadamente era uma falta de caráter comigo, com meus pais, com meus sonhos e o meu crescimento.
Mas eu tinha a mania de sempre perguntar a Morgana se ela estava precisando de algo e ela sempre precisava que eu substituísse algum cargo, nas três iniciações que teve na gestão dela. De primeira, eu aprendi que ajudar ao próximo me trouxe uma satisfação pessoal que eu não conhecia, eu possuía um lado altruísta e nem mesmo sabia. Isso abriu minhas portas para muitas coisas boas que eu passei a fazer. Porque quando você planta o bem, se colhe o bem.
Nessas substituições, em uma gestão, em fui segunda mensageira, quinta mensageira e guarda interna. Sei que cada cargo foi só por uma reunião, mas quando me disseram que essa Ordem – além de outros muitos intuitos – ajudam a construir mulheres mais integras e fortes, eu tentei tirar em cada experiência vivida uma lição.
Eu aprendi que em momentos de dificuldade devemos nos fortalecer e buscar resiliência. Que Deus sempre será justo e nos recompensará com aquilo que nos é de direito e que desistir é a pior derrota que podemos trazer a nós mesmos. Que a resposta é sempre refletir, se reerguer e lutar.
Eu ganhei uma festa de aniversário surpresa das minhas irmãs e admito que até o momento não tinha me encontrado completamente no Bethel, mas quando eu vi elas ali, fazendo aquilo por mim, percebi que amor cresce tão silenciosamente nos nossos corações que nunca deveremos nos resguardar dele, amor sempre é recompensador.
Depois desse dia o Bethel era definitivamente a minha casa.
Como primeira princesa eu aprendi que por minha fé em Deus era a melhor resposta para as minhas dúvidas. Se algo ruim viesse, eu sabia que ele queria me ensinar algo valioso para a minha vida, se algo bom acontecesse, ele só estava me dizendo que eu era merecedora daquele fortúnio.
E até agora, ser Honorável Rainha, me ensinou que não existe alto cargo de poder e sim um trabalho conjunto, em equipe. Eu não estou aqui sozinha, eu sou Honorável Rainha com todas vocês. Eu não sou a Filha de Jó Dayane, aqui, no Oriente, eu me sinto o Bethel Guardiãs da Luz, eu me sinto assim como todas vocês."

Dayane Albuquerque, Honorável Rainha da gestão XX.